"A história é a filosofia inspirada nos exemplos."
Dionísio de Halicarnasso

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Túmulo dos Fundadores

Os fundadores foram enterrados lado a lado, no Cemitério Municipal.
A foto acima mostra o antigo local de sepultamento dos fundadores de Itambacuri, no Cemitério Municipal. Hoje, há um local construído no Santuário com a finalidade de preservar os restos mortais de frei Serafim e frei Ângelo.

Túmulo dos freis no Santuário Nossa Senhora dos Anjos - 2011.
Detalhe do alto da sepultura.


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sinos da Igreja - Antiga Torre

Sinos da torre do Santuário Nossa Senhora dos Anjos, Itambacuri - 2012.
Vista da antiga torre do Santuário. A avenida, hoje conhecida como "reta", pode ser vista ao fundo.
Vista atual.

domingo, 28 de outubro de 2012

Dr. Pedro Autran

Dr. Pedro Autran foi um dos principais responsáveis pela elevação de Itambacuri à categoria de Vila, o primeiro chefe do Executivo municipal (de 1924 a 1926), o primeiro médico a fixar residência na cidade, o responsável pela oficialização da Conferência Vicentina e pela fundação do Hospital São Vicente de Paulo.

 
 

Primeiro chefe do Executivo municipal

Quando foi criado o município de Itambacuri, no ano de 1924, era preciso organizar o poder Legislativo – que seria o responsável pela administração e nova organização política. O decreto estadual 6541, de 14 de março de 1924, estabeleceu os dias 20 de abril e 18 de maio para que fossem realizadas, respectivamente, a eleição dos vereadores e a instalação do novo município.

Procedendo de acordo com a determinação legal, Itambacuri elegeu como seus primeiros vereadores:

Vereadores Gerais: Cel. Pedro Avelino Pinheiro, Pedro Autran e Marcelo Esteves Guedes;
Vereador pela sede: Manoel José de Magalhães;
Vereador pelo distrito de Frei Serafim: Júlio Esteves Lopes;
Vereador pelo distrito de Igreja Nova: farmacêutico João Antônio da Silva Pereira;
Vereador pelo distrito de Aranã: Amadeu Onofre.

Em seguida, no dia 18 de maio, foi realizada a instalação da Câmara Municipal de Itambacuri, que teve como seu primeiro presidente o Dr. Pedro Autran. O cargo era o de Presidente da Câmara e Agente Executivo, o mais alto na esfera municipal – que hoje seria equivalente ao cargo de prefeito. A gestão aconteceu de 1924 a 1926.

Na “Ata da sessão solene da instalação da Câmara Municipal do Itambacuri” tem-se o registro do discurso de Dr. Pedro Autran, onde consta o juramento proferido: “Juro por Deus cumprir lealmente o meu dever de Presidente da Câmara e Agente do Município de Itambacuri, promovendo, quando em mim couber, seu bem-estar e prosperidade”.

Na mesma ocasião, foram eleitos como vice-presidente Pedro Avelino Pinheiro e como secretário João Antônio da Silva Pereira.

Dr. Pedro Autran contou com a importante colaboração do professor José Vicente de Mendonça, que ajudou na organização jurídica do município e foi o 1º Diretor da Secretaria do Poder Executivo.

Conferência Vicentina – Hospital São Vicente

Dr. Pedro Autran presidiu a Conferência Vicentina na segunda diretoria, que teve início em 14 de janeiro de 1917. Em sua gestão, a Conferência ganhou personalidade jurídica, com organização e registro de seus estatutos.

No dia 25 de novembro de 1917 a Conferência Vicentina Nossa Senhora dos Anjos recebia a Carta de Agregação, que correspondia ao reconhecimento de legitimidade pelo grau máximo internacional da Sociedade de São Vicente de Paulo.

A 6 de abril de 1918, Pedro Autran lançou a pedra fundamental do Hospital São Vicente de Paulo – o primeiro de Itambacuri.

Faleceu na cidade de Rio Vermelho – MG, onde também prestou relevantes serviços como médico, político e inspetor escolar.

Rua Dr. Pedro Autran

Em Itambacuri há uma rua que leva seu nome, uma singela homenagem a este cidadão que figura na nossa história. Na foto abaixo, pode-se identificar melhor a localização.


Fontes

- PEREIRA, Serafim Ângelo da Silva. Itambacuri e sua História, volume II, 1990.
- PALAZZOLO, Frei Jacinto de. Nas Selvas dos Vales do Mucuri e do Rio Doce, 1973.
- Revista Itambacury Ano 100.

sábado, 27 de outubro de 2012

Índios Maxacalis em Itambacuri

Os índios diretamente ligados à história itambacuriense são os Pojixás, também conhecidos como Botocudos (denominação genérica). Muito do que se sabe sobre eles é fruto dos esforços de frei Agostinho (Ramiro Francisco), um estudioso franciscano falecido já há alguns anos. Mas é outra etnia que nos chama a atenção neste momento.

Os índios Maxacalis, historicamente, também fazem parte da realidade de Itambacuri. Normalmente, de uma maneira pela qual não se pode sentir orgulho – como no exemplo mostrado na foto abaixo. Algumas vezes, a cidade recebe grupos inteiros, famílias com crianças, todos de passagem para algum lugar. Por que saem? Será que chegam? Quem saberia responder?

O fato é que eles migram, como é (ou foi) o costume das tribos. Só que hoje o cenário é bem outro e eles amargam os sinais do abandono. Fome e doenças na aldeia, escassez de todo tipo e a saída, qual seria?

Visões como essa provocam reflexões substanciais. Muitas vezes vivendo de esmolas, desterrados, embriagados, os Maxacalis sofrem os efeitos de políticas assistenciais pouco eficientes e de uma “cultura da aculturação” que nada tem do espírito de preservação da vida, da dignidade humana, e da história - princípios estes de qualquer sociedade bem sucedida.
Família de índios maxacalis na Praça do Monumento em Itambacuri - 2012.
Quem eles representam?

Os maxacalis constituem um grupo indígena que habita três porções de terras descontínuas nos municípios de Santa Helena de Minas, Bertópolis, Ladainha e Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, nordeste de Minas Gerais. Em 2008, somavam 1.460 indivíduos.

Crianças maxacalis. Foto de Charles Bicalho / UFMG.
Os maxacalis - palavra em língua desconhecida, aplicada pela primeira vez na área do rio Jequitinhonha - não podem ser identificados como um único grupo, mas como um conjunto de vários. A denominação decorre desses grupos se articularem politicamente como aliados e terem se aldeado conjuntamente, sobretudo após 1808, quando ocorreu a invasão sistemática de seus territórios e se ampliaram os conflitos com outros grupos, particularmente com os denominados Botocudos.

As aldeias, em decorrência do avanço da sociedade dominante, terminaram por ser isoladas em termos geográficos, e os vários grupos rituais passaram a ser identificados nos documentos oficiais e particulares como tribos distintas.
Essa identificação diferenciada se manteve até o final do século passado, ainda que os observadores ressaltassem que a língua e a organização social eram as mesmas. Além disso, esses grupos sempre se aldeavam em conjunto, formavam confederações defensivas e usavam a mesma tática de estabelecerem alianças com os colonos para poderem enfrentar os inimigos tradicionais.


Fontes

- Boletim da UFMG - Cura pelo respeito às tradições.
- Enciclopédia dos Povos Indígenas do Brasil - Maxakali.
- Wikipédia - Maxacalis.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

domingo, 23 de setembro de 2012

Antigo Cemitério

O Antigo Cemitério de Itambacuri é um lugar cercado de mistérios. Contam que lá foram enterrados os primeiros habitantes do aldeamento indígena - até que fosse criado o Cemitério Municipal, anos depois. Muitos o chamam de "cemitério dos índios", mas os frades, que administram o terreno, não admitem a denominação.

Oratório que marca o local do Antigo Cemitério.
O Antigo Cemitério fica localizado atrás do Santuário Nossa Senhora dos Anjos, em uma região conhecida como "Fazenda dos Padres", próximo ao apiário. 

Vista da região do oratório, para melhor referência de localização. Ao fundo pode-se ver o Santuário.
Pouco restou de sinais que indicam que ali algum dia existiu um cemitério. Não fosse pelo oratório perdido na paisagem, apenas a bela vista da natureza chamaria a atenção. Conta-se que os locais onde havia covas são marcados com pedras.

Pedras que indicariam local de uma cova.
Outro possível ponto de sepultamento.
Essas fotos foram feitas em período de seca, tanto é que se pode notar que a vegetação apresenta sinais de queimada. Nos períodos de chuva, quando a vegetação está mais desenvolvida e densa, os vestígios do cemitério ficam ainda menos perceptíveis. Por um lado, tal resguardo natural é bom - pois ajuda a manter a região menos acessível a quem só se interessa pela destruição da história. 

Há alguns anos foi realizada uma escavação para tentar encontrar algo que comprovasse o uso do local como cemitério (inclusive de indígenas). De acordo com pessoas que acompanharam os trabalhos, nada de relevante foi localizado - o que não significa que um dia não possa ser.

Visão panorâmica do oratório e região do cemitério.

sábado, 15 de setembro de 2012

domingo, 26 de agosto de 2012

Rua Dr. Carlos Prates

Dr. Carlos Prates foi um engenheiro, professor e funcionário público mineiro. Teve grande importância para Itambacuri desde a época do aldeamento indígena,  que acompanhou até que se tornasse colônia agrícola e, em seguida, distrito. Atualmente, há na cidade uma rua que leva seu nome, em homenagem aos serviços prestados.

Vista da Rua Dr. Carlos Prates no ano de 1938.
A Rua Dr. Carlos Prates é uma das mais tradicionais de Itambacuri. Era conhecida como rua do “footing”: uma atividade na qual as pessoas faziam um tipo diferenciado de caminhada e tinham a oportunidade de conhecer (ou simplesmente ver) outras pessoas – servindo também como pretexto para uma modalidade antiga de flerte. Os passeios eram onde os jovens da época podiam se mostrar e até paquerar um pouco.

A Rua abrigava um dos cinemas que já existiram na cidade. O prédio, anos depois, se tornou a Danceteria New Graphitte – que fez sucesso por muitos anos, mas não está mais em atividade.

Mas sem dúvida um dos locais mais famosos era a Boate Hi-Fi, que fez história na sociedade itambacuriense.

Algumas famílias muito conhecidas na cidade ainda têm representantes por lá. Como exemplo, podemos citar os descendentes de libaneses das famílias Ali, Bessa e Abu Kamel; os Marques (filhos do senhor José Marques ou “Zé de Teófilo”), os Lamari, os Lopes, entre outros.

Tão importante quanto saber sobre a rua é saber por que ela tem o nome do Dr. Carlos Prates. Abaixo, um texto que associa o nome à historia de Itambacuri.

Biografia - Dr. Carlos Prates

Carlos Leopoldo Prates nasceu em Montes Claros, no dia 21 de dezembro de 1864. Formou-se Engenheiro Civil e de Minas pela Escola de Minas de Ouro Preto (EMOP) em 1890, assumindo em seguida o cargo de Químico da Comissão de Estatística, no primeiro mandato de João Pinheiro da Silva como Presidente do Estado de Minas Gerais. Desenvolveu atividades industriais e dirigiu uma empresa de mineração em Caeté - MG.

Atuou como professor de matemática no Liceu de Artes e Ofícios de Ouro Preto na virada do século.

Foi engenheiro do Estado, Inspetor Geral de Terras e Colonização e, em 1907, assumiu a direção da recém-criada diretoria de Agricultura, Comércio, Terras e Colonização, organizada por João Pinheiro da Silva – onde trabalhou também com Francisco Sá.

Foi um dos fundadores da Escola Livre de Engenharia de Belo Horizonte e professor de Química Teórica e Prática na instituição. A Escola Livre viria a se tornar a Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais – EEUFMG.

Além de Carlos Prates, são lembrados por esta iniciativa: Agostinho de Castro Porto, Álvaro Astolfo da Silveira, Antônio do Prado Lopes, Arthur da Costa Guimarães, Benjamim Franklin Silviano Brandão, Benjamim Jacob, Cipriano de Carvalho, Fidelis Reis, Joaquim Francisco de Paula, Joaquim Júlio de Proença, José Gonçalves de Souza, Lourenço Baêta Neves, Pedro Demóstenes Rache e Pedro da Nóbrega Sigaud.


Fundadores da EEUFMG. Ainda não foi possível indentificar qual deles é o Dr. Carlos Prates.
Faleceu em 6 de fevereiro de 1914, em Belo Horizonte, quando ainda exercia o cargo de diretor de Agricultura.

Inspetoria de Terras - Itambacuri

No ano de 1893, Carlos Prates ocupava a Inspetoria de Terras e Colonização – que funcionava sob a coordenação da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas - esta sob a direção do Dr. Francisco Sá.

Em 1894 Carlos Prates realizou uma visita de inspeção ao aldeamento de Itambacuri. A visita deu origem a um relatório de grande importância para a história da cidade e para os objetivos dos frades colonizadores, uma vez que ajudou a rebater denúncias feitas contra os fundadores e calúnias sobre o estado em que se encontrava o aldeamento.

Após a publicação do referido relatório, uma das primeiras medidas tomadas pela Inspetoria de Terras e Colonização foi conferir o título de diretor efetivo do aldeamento a Frei Serafim, e o de vice-diretor a Frei Ângelo – por meio do ato nº 20, de 27 de outubro de 1894.

A relação entre Carlos Prates, Francisco Sá e os diretores do aldeamento trouxe benefícios para a região. Para ali foram sendo canalizados recursos com vistas à realização de obras de infra-estrutura, dada a necessidade de impulsionar a lavoura, para o que seria necessário atrair mão-de-obra para Itambacuri e adjacências, o que viria a ser mais facilmente obtido se Itambacuri deixasse de ser enquadrado pelo Estado como  aldeamento, passando a ser colônia agrícola.

Mais uma vez, foi um relatório produzido por Carlos Prates que deu suporte a essa transformação. O relatório também recomendava a manutenção de frei Serafim e frei Ângelo nos respectivos cargos de diretoria.

Carlos Prates foi um dos principais responsáveis pela elevação de Itambacuri ao status de “distrito de paz”, o que se deu pela lei 556 de 30 de agosto de 1911, conferindo a Itambacuri maior autonomia política e administrativa, e demarcando os limites do novo distrito.

Sua atenção com o aldeamento ajudou na consecução de recursos fundamentais para o desenvolvimento da região. Através dos relatórios produzidos nas visitas do Dr. Carlos Prates a situação em Itambacuri pôde ser mais acompanhada pelos  políticos da época.

Como engenheiro também teve reconhecimento na capital de Minas, Belo Horizonte, onde há um bairro e um aeroporto que levam seu nome. 

Fontes

- Arquivo - 100 Anos de História da Escola de Engenharia da UFMG. Texto disponível AQUI.
- PALAZZOLO, Frei Jacinto de. Nas Selvas dos Vales do Mucuri e do Rio Doce. Editora Nacional, 1973.
- VERSIEUX, Daniela Pereira. Modernização e Escolarização do Trabalho Agrícola: as fazendas-modelo em Minas Gerais (1906-1915). Cefet - MG, 2011.

domingo, 22 de julho de 2012

Schistosomiasis Mansoni no Brasil - Dr. Firmato

Clique nas imagens para vê-las ampliadas.

Schistosomiasis Mansoni no Brasil é um livro sobre Esquistossomose produzido pelo Dr. César Pinto, do então Instituto Oswaldo Cruz, com a colaboração do médico e ex-prefeito itambacuriense Dr. Firmato.  O trabalho é registrado na Fundação Oswaldo Cruz, a mais importante instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina.

Versão ampliada da capa, para facilitar a leitura.
Na época, Itambacuri foi palco de boa parte das pesquisas. Imagens de focos de contaminação na cidade ilustram tristemente a obra - concluída em 1945 e publicada em 1948.


Pela sua importância, no ano de 1950 o cientista inglês H. Harold Scott apresentou um resumo do trabalho no volume 47 do Tropical Diseases Bulletin, editado em Londres.


O livro foi conservado pelas freiras do Colégio Santa Clara. A biblioteca, que resguardava esta e outras importantes obras da história itambacuriense, não mais existe. Foi transformada em um pequeno museu, que não está mais aberto ao público, mas ainda guarda alguns objetos históricos - como um rico acervo fotográfico.

Vale destacar que os rios da nossa região ainda são infestados pelo parasita estudado e combatido pelos doutores César Pinto e Firmato.

Agradecimento

A Itypédia agradece pelos esforços de Irmã  Camila, Mara Suely e Teresinha Neves - que ajudaram a possibilitar que tal obra não se perdesse no tempo e pudesse estar novamente no acervo itambacuriense. 

terça-feira, 19 de junho de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

Rua das Sete Casas


No ano de 1951, quando o prefeito Dr. Vital Salvino Ottoni criou o loteamento do bairro Várzea, várias novas ruas foram abertas. Algumas eram destinadas a pessoas de menor renda, para que pudessem ali edificar suas moradias. Em uma delas, o advogado Sidney Esteves Guedes adquiriu terrenos e mandou construir 7 casas iguais, em sequência, como se pode observar na foto. Assim, a rua passou a ser conhecida como Rua das Sete Casas.

Já em 1961, o prefeito Dr. Firmato sugeriu à Câmara Municipal que a rua tivesse o nome do professor José Vicente de Mendonça, como homenagem àquele que tantos serviços prestou a Itambacuri. Sendo assim, a lei nº 54/61 - de 11 de julho de 1961, deu a antiga Rua das Sete Casas o nome de Rua Professor Mendonça, como hoje ainda é conhecida.

Fonte

- PEREIRA, Serafim Ângelo da Silva. Itambacuri e sua História. Volume II. Edição independente, 1991.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Bessa Ali

Bessa Ali - 1944.
Bessa Ali, também conhecido como "Bessinha", teria sido o único itambacuriense a integrar a Força Expedicionária Brasileira, a FEB, na Segunda Guerra Mundial, tendo, inclusive, recebido pensão do Exército Brasileiro na qualidade de ex-combatente.

Para saber mais sobre a FEB, clique AQUI.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Frei Dimas


Dimas de Castro Neves nasceu em Itambacuri no dia 11 de junho de 1934. É filho de Augusta de Castro Neves e Domingos Francisco das Neves.

Ingressou no Seminário no ano de 1950. Enquanto seminarista estudou em Santa Teresa (1950) e Itambacuri (1951-1953) no Seminário Nossa Senhora dos Anjos.

Fez o noviciado em Taubaté - SP, sendo recebido ao hábito com o nome de Frei Adauto de Itambacuri. Professou, porém, como Frei Celestino de Itambacuri. Fez os votos perpétuos em Itambacuri.

Ordenou-se sacerdote no Rio de Janeiro, na Igreja Nossa Senhora das Graças, Paróquia de São Sebastião. Diante da permissão da Ordem no pós-concílio, retornou o nome de batismo. Integrou as Fraternidades:

Rio de Janeiro (1961-1962): curso de pastoral; Itambacuri (1963-1968): vigário cooperador e em 1966-1968, guardião e pároco; Conceição (1969-1974): guardião e pároco, cursando espiritualidade franciscana em Petrópolis, no CEFEPAL, em 1974; Petrópolis (1975-1983): guardião e pároco e, em 1979-1981, diretor dos Estudantes; Rio de Janeiro (1984-1986): Ministro Provincial; Conceição (1987-1995): guardião e pároco e, em 1990-1995, também ecônomo local; Santa Teresa (1995): vigário paroquial;São Gonçalo (1996): guardião e vigário paroquial; Petrópolis (1997-1999): diretor dos estudantes e vigário paroquial.

Em 2011, frei Dimas comemorou 50 anos de vida sacerdotal, quando já se passavam mais de 60 anos de vida religiosa. Abaixo, segue a autobiografia do frei Dimas, escrita em 2012. O texto foi dividido em 2 partes, sendo esta a primeira.

Biografia

Nasci em Itambacuri no ano de 1934, oriundo de família pobre e com muitos problemas. Dos oito filhos eu era o quarto, em ordem decrescente. Desde cedo precisei ajudar aos meus pais. Dividia assim o meu dia entre apanhar lenha no mato (para mamãe cozinhar), e freqüentar a escola.


Quando as aulas eram pela manhã, subia a montanha à tarde; quando as aulas eram à tarde, subia a montanha pela manhã. Assim, conheço todas as montanhas que circundam a cidade.

Aos 12 anos fui trabalhar no armazém de um amigo nosso e, ao mesmo tempo, comecei a aprender com ele o ofício de latoeiro.

Senhor Domingos e Dona Augusta
Mamãe, uma pessoa muito fervorosa, assistia missa todos os dias às 5h30 da manhã, porque não havia missa vespertina. Mesmo a missa sendo celebrada em latim pelo padre, que ficava de costas para o povo, era edificante o fervor de mamãe rezando e comungando.

Influenciado pelo meu irmão Ramiro (frei Agostinho), que já estava no Seminário em Santa Teresa - ES, e porque acompanhava mamãe às celebrações, fui convidado para ser coroinha. 

Assim, a minha convivência com os Padres me proporcionou novos horizontes, e convidado por eles fui preparado para ingressar no Seminário Capuchinho em Santa Teresa, ES.

Fui para o Seminário no final do ano de 1950, onde cursei o primeiro ano ginasial em 1951. Voltei a Itambacuri onde continuei cursando o ginasial durante os anos de 1952 e 1953. Em 24/12/1953 ingressei no Noviciado em Taubaté - SP, recebendo o nome de Frei Adauto de Itambacuri. 

Lá permaneci durante todo o ano de 1954. Aceito na Ordem Capuchinha, emiti os votos temporários em 24 de dezembro de 1954, recebendo o nome de Frei Celestino de Itambacuri, a pedido de uma madrinha que eu ainda nem conhecia (mais tarde apresentaram-na a mim e soube que seu nome era Cordélia).

Frei Dimas com os pais
Voltando a Itambacuri, cursei Filosofia no Seminário Nossa Senhora dos Anjos. Terminados os três anos de votos temporários e o curso de Filosofia, emiti os votos perpétuos em 25/12/1957.

Para melhorar e aperfeiçoar os cursos de Filosofia e Teologia, as Custódias do Rio de Janeiro e de Minas Gerais se uniram, ficando o curso de Filosofia em Itambacuri e o curso de Teologia em Belo Horizonte.

Em razão desta mudança, no início de 1958 fui transferido para a Capital mineira onde permaneci durante três anos, cursando do primeiro ao terceiro ano de Teologia. Na época os estudos eram realizados nos nossos conventos, com professores capuchinhos. Não só tínhamos muitos feriados, mas também com muita facilidade éramos tirados da sala de aula para ajudarmos a solucionar algumas dificuldades nas áreas de hidráulica, elétrica e outros trabalhos manuais.

Em Itambacuri eu ajudava os mais experientes; em Belo Horizonte passei a ser o mais solicitado para essas tarefas. Até hoje, quando visito o Convento dos Capuchinhos em BH, vou olhar o trabalho que realizei na Igreja, que na época estava em construção.
Com idade canônica para ser ordenado sacerdote um ano antes de terminar os estudos, fui transferido para o Rio de Janeiro no final de 1960 para cursar o quarto ano de Teologia no Seminário São José, no Bairro do Rio Comprido.

No Rio, sendo nosso superior (ou custódio, como dizíamos)  o frei Sixto, um linha dura, eu não tinha nenhum momento de folga ou lazer. Além da freqüência às aulas, no convento eu estava sempre ocupado com trabalhos. Encontrava um pouco de diversão ao lado de Frei José, ouvindo os sucessos musicais nacionais e internacionais após o almoço e à noite. 

Iniciado o ano de 1961, os superiores começaram a pensar no Presbiterado. Dom José Maria Pires, Bispo de Araçuaí, estaria em Itambacuri em visita Pastoral, e poderia fazer os procedimentos para minha Ordenação Sacerdotal.

Assim, foi marcada minha Ordenação para o dia 11/03/1961 e a primeira missa para o dia seguinte, domingo. Esta data consta no fundo do cálice, doado por minha madrinha, Cordélia Monte.

Tudo certo, pensado e aprovado, foi pedido no Seminário São José os documentos de praxe para a transferência da Ordenação do candidato para outro domicilio e outro Bispo ordenante, Dom José Maria Pires.

Com os documentos em mãos embarquei no ônibus da São Geraldo e, pela rodovia Rio Bahia, que não era asfaltada, viajei para Itambacuri. Ali chegando, entreguei a documentação ao superior local, Frei Henrique (cujo nome de batismo era Laudelino) e iniciei o retiro de oito dias. 

Absorto em orações, percebia o barulho e a movimentação de Frei Henrique com seus auxiliares montando o tablado, da mesa de comunhão até o altar mor, para a ordenação. 

Os tais documentos que entreguei a frei Henrique, parece que somente teriam sido entregues ao Bispo na sexta-feira à tarde, na véspera da Ordenação. Verificando os papéis, Dom José Maria Pires não os aceitou, alegando que eles não continham o nome do bispo do Rio comprovando minha idoneidade e, em razão disso, a ordenação não poderia ocorrer.

A partir desta afirmação do bispo travou-se uma grande batalha: de um lado Frei Sixto, Frei Cassiano, Frei Henrique e outros mais; do outro lado Dom José. 

Com argumentos dos mais renomados canonistas do passado e do presente, tentaram convencer ao Bispo de que a presença do Frei Sixto, meu superior, seria o suficiente para atestar minha idoneidade de modo a que minha ordenação pudesse ocorrer.

Não aceitando os argumentos, o Bispo foi dormir à meia-noite, deixando a batata quente nas mãos do superior. Nós, Capuchinhos, não dormimos nada. Às 5 horas da manhã do dia seguinte, dia da ordenação, o Bispo estava de pé querendo saber das providências tomadas. 

Como não foi possível obter o documento que o Bispo queria, devido à distância e a precariedade dos meios de comunicação entre Itambacuri e Rio, o Bispo bateu o martelo dizendo que não haveria ordenação. 

(Continua na próxima postagem)

Frei Dimas (continuação)

Os frades ficaram revoltados, e eu às 5h30 fui para a casa de meus pais dar essa notícia. Mamãe, que estava tirando do forno o último pedaço de leitoa assada para a festa que se seguiria à ordenação, me respondeu: Deus sabe o que faz! Fiquei por ali, transmitindo a notícia aos irmãos e parentes, de que não seria ordenado naquele dia.

Os frades silenciaram, nada informando pelo auto-falante à população da cidade, fundamentados no fato de que se culpassem o Bispo, o povo se voltaria contra ele. 

Na hora prevista, 10 horas da manhã, a população com roupas festivas lotou a Igreja Matriz N. S. dos Anjos para a cerimônia. Todo mundo assistiu a missa do bispo sem entender nada, já que não houve a ordenação prevista. Uns comentavam que o candidato a padre desistira; outros diziam que ele não teria sido aceito pelo Bispo. Ao meio-dia os padres me levaram para o salão nobre do Ginásio Pio XII para o banquete festivo sob o argumento de que a festa não teria como ser cancelada.

Jovens da sociedade itambacuriense vestidas como garçonetes serviam as mesas; a banda de música tocava marchinhas; e o Dr. José Transfiguração Figueiredo teve de improvisar, no discurso que preparara previamente, dizendo que naquele dia eu estava sendo "eleito", e na semana seguinte seria “empossado”. 

Frei Sixto, com crise de choro, foi levado para passear em Teófilo Otoni; eu, aplaudido, fui para a casa de meus pais participar da recepção do povo em festa, comendo e bebendo. Assim terminou o dia da ordenação que não aconteceu!

No dia seguinte, no avião Douglas, de 36 passageiros, da Lóide Aéreo Nacional, viajei com Frei Sixto para o Rio, para ser ordenado padre. Lá chegando, nova dificuldade!

No sábado dia 18, às 10 horas, no altar-mor, já estava marcada a celebração de uma missa, e a pessoa  que havia solicitado esta missa não  foi encontrada para remarcá-la para outro dia, e assim a ordenação não poderia acontecer  em nossa Igreja.

As irmãs do Hospital São Vicente, na Rua do Matoso, emprestaram a capela, hoje Santuário da Medalha Milagrosa, e assim às 10 horas do dia 18 de março de 1961 fui ordenado padre.

Estavam presentes os frades Frei Sixto de Cássaro, Frei Jamaria de Sortino, Frei Gaspar de Módica, Frei Geraldo de Sortino, Frei José de Santa Teresa, uma prima com a filha, que moravam no Rio; e também a madrinha Cordélia que substituiu mamãe na cerimônia de descobrir as mãos, e muitos paroquianos amigos. Em seguida houve um almoço só para os mais próximos, no convento.

Com alguns pertences em uma pasta de mão, no dia seguinte pela manhã parti com Frei Sixto no avião da Nacional de volta a Itambacuri, desta vez para a primeira missa.

Para a época, a recepção foi calorosa! Ao descer do avião, vislumbrei através da poeira provocada pelo pouso, muita gente e muitos carros. Fiquei emocionado!

Na carreata até a Capela do Sagrado Coração de Jesus, contavam-se uns 30 jipes que acompanhavam o único automóvel pertencente a Dr. Firmato, no qual eu me encontrava. 


Da capela caminhamos até a matriz N. S. dos Anjos, onde celebrei minha primeira missa ás 10 horas da manhã de domingo, 19 de Março. Voltando ao Rio, não só encarei aulas e trabalhos manuais, mas também  missas, batizados e casamentos.

O ano de 1961 passou rápido; 1962 chegou trazendo novidades: recebi autorização para atender confissões, fui colocado como Capelão do Colégio Maria Raythe, e ingressei no curso de Pastoral no Convento Santo Antônio no Largo da Carioca. Não me lembro qual o mês e nem por quanto tempo, sei que foi uma experiência maravilhosa estar junto de Frei Felix, irmão leigo de quase 90 anos e cego dos dois olhos. Dormia no mesmo quarto ao lado dele cuidando da alimentação, do banho, dos medicamentos e da limpeza do quarto. 

Acordado, de dia ou de noite, frei Felix estava sempre rezando. Era um religioso manso, humilde, muito calmo e que parecia aceitar muito bem a cruz da cegueira; aprendi muito com ele! Terminado o curso de Pastoral, fui transferido para Itambacuri como Vigário Cooperador, juntando-me a Frei Sixto no atendimento às comunidades do interior.

Chamado às pressas ao Rio, por Frei Agatângelo, frei Sixto deixou Itambacuri para ser Pároco da Paróquia N. S. das Graças, no Bairro Porto Velho, em São Gonçalo, RJ. Fiquei sozinho como vigário, auxiliado por Frei Antonio (hoje, bispo).

No início de 1964 levei Frei Boaventura ao Rio para tratar de um câncer na orelha. Ele ficou no Rio e eu me hospedei com Frei Sixto em São Gonçalo, e foi por isto que não me encontrava em Itambacuri quando Frei Agostinho foi preso por ocasião do início do golpe de estado, em março de 1964.

Permanecendo em Itambacuri, assumi como guardião e pároco de 1966 a 1968 o Convento e a paróquia N. S. dos Anjos. No início de 1969 me transferiram para Conceição do Mato Dentro, MG, substituindo Frei Agatângelo de Sortino nas funções de guardião e pároco.

Apesar de ele ter anunciado a chegada de Frei Celestino, uma lei eclesial nos levara a readotar o nome de batismo e, portanto, lá cheguei como Frei Dimas. 1972 me trouxe uma surpresa agradável: fui escolhido para representar a Custódia na eleição do Provincial de Siracusa, Itália, juntamente com o Custódio Frei Sixto. Fomos então para a Europa, tendo conhecido a Itália e outros países, durante três meses.

Em 1974 fui escolhido para fazer um curso de franciscanismo no CEFEPAL durante nove meses, em Petrópolis, na Rua Monsenhor Bacelar. Voltando para Conceição do Mato Dentro no final de novembro, fui transferido no início de 1975 para Petrópolis como Pároco da Paróquia São Sebastião do Indaiá e guardião da nossa residência na Capela N. S. Aparecida.

Repetindo o triênio em Petrópolis, assumi também o encargo de diretor dos estudantes que lá se preparavam para o sacerdócio, de 1979 a 1981. No carnaval de 1982, depois de duas cirurgias por causa de uma apendicite não diagnosticada, passei 29 dias no CTI do hospital da Providência, das irmãs Vicentinas.

Da esquerda para a direita: frei Henrique, padre Lauro, frei Jair, frei Agostinho, frei Dimas e frei Roberto.
Eleito Provincial, fui para o Rio de Janeiro, onde fiquei de 1984 a 1986. Alguns meses depois voltei para Conceição do Mato Dentro, onde em 1993 recebi a dolorosa incumbência de preparar a Paróquia para ser devolvida à Diocese de Guanhães. Depois de tudo resolvido, dia cinco de Fevereiro de 1995 deixei Conceição do Mato Dentro com o coração partido, em direção ao Rio de Janeiro.

No Rio demorei pouco tempo, e ainda em 1995 fui para São Gonçalo, RJ, Paróquia N. S. das Graças. De 1997 a 1999 novamente fiquei em Petrópolis como diretor dos nossos estudantes de filosofia e teologia. Do final de 1999 até  2002 permaneci em Niteról como Pároco da Paróquia de Santo Cristo dos Milagres.

No ano 2000, pedi e me foi concedido fazer a experiência de Assis dirigida pela Família Franciscana, ex-CEFEPAL, durante um mês, em Assis e nos lugares onde Francisco esteve; no final do curso, fui à terra Santa.

Quando foi eleito Provincial em 2003, Frei João Carlos me transferiu para Itambacuri como provedor do Santuário N. S. dos Anjos e administrador da fazenda. Lá permaneci em 2004 e 2005. De 2006 a 2007  trabalhei  em Teresópolis, RJ.

Em 2008 fui transferido para o Rio, mas logo em seguida a Ordem me mandou para Niterói, onde me encontro até hoje.

Celebrar é reviver, e foi assim que vivi esses últimos meses voltando ao passado e revivendo as etapas desses 50 anos, revigorando o meu SIM.

Como começou minha vocação? Não sei quando foi, como foi, e porque foi. Sei que, no avançar da caminhada, o horizonte longínquo foi se aproximando, e a resposta “quero” da pergunta você quer ir para o seminário?, encontrou terreno fértil onde pôde germinar, florescer e produzir bons frutos até os dias de hoje. 

“Me chamastes para caminhar na vida Convosco”, não porque eu mereço, mas porque Vós quereis.” E porque Sua graça nunca falta para aquele que escuta seu chamado, “Decidi para sempre segui-lo, e não voltar atrás”.

Segui-Lo é caminhar no seu passo e no seu compasso, e não ficar na montanha olhando para o alto e contemplando-o  transfigurado, junto a Moisés e Elias, mas é descer para a planície e socorrê-lo na pessoa do irmão necessitado ou aliviá-lo na “Criação que geme em dores de parto”.

Não posso esquecer que Jesus também sofreu pela fidelidade à vocação, para a qual o Pai O havia chamado. Isto tem me ajudado muito, no meu levantar quando cair; humilhar-me quando o orgulho me domina; pedir perdão quando ofendo.

A responsabilidade de Jesus em cumprir a missão de pregar a doutrina do amor num meio adverso até levou-o a ser morto como um malfeitor. Ele me ensina que a felicidade verdadeira está em carregar a cruz com constância, humildade e amor. Daí o convite para deixar a montanha e descer para a planície da vida diária.

Aqui não só a cruz das minhas necessidades e fragilidades é pesada e me angustia como também os sofrimentos dos irmãos sem voz e sem vez. Esta é a cruz mais pesada! Foi ela que provocou as três quedas de Jesus no caminho do Calvário e o levou à morte. 

Foi ela que o levou a gritar do alto da cruz: Pai, se possível, afasta de mim este cálice! É ela que nos leva a fugir para a montanha, porque é penoso, estressante, e causa revolta conviver com ela na planície. 

É doloroso querer mudar o que não se consegue; salvar o que  aparentemente está perdido. Ser discípulo é trilhar os caminhos do Mestre, e é isto que busco há 50 anos. Obrigado Senhor porque és meu amigo, e nenhum caminho é longo demais, quando um amigo nos acompanha; por isso estou aqui.

Frei Dimas de Castro Neves.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Propaganda da boate Hi-Fi, 1979

A propaganda da boate Hi-Fi foi publicada no jornal O Itambacuri, edição do dia 10 de agosto de 1979.



domingo, 3 de junho de 2012

Itambacury Futebol Clube


Esta é uma foto da sede do Itambacury Futebol Clube, um dos times que marcaram época na história do futebol itambacuriense. Ela foi escolhida para inaugurar um espaço na Itypédia dedicado exclusivamente ao esporte e a seus personagens, uma vez que o futebol tem presença marcante na cidade até hoje. Vale lembrar que Itambacuri já teve até um representante na Seleção Brasileira - o zagueiro Paulão

Agradecimento

A Itypédia agradece a Tó Mendonça pelas fotos e pelas informações prestadas, que hão de ajudar a manter este espaço digno das memórias do futebol de nossa cidade.

Time do Itambacury F.C.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Antiga Praça do Monumento


Este é o visual antigo da Praça do Monumento, que fica em frente à Prefeitura. Esta obra, que carregava a escultura dos fundadores de Itambacuri, foi destruída. Hoje, a Praça possui uma arquitetura bastante diferente. Ao fundo pode-se ver a subida da rua Horácio Luz, que faz esquina com a rua Conselheiro Olavo Campanha próximo ao Ipê Country Clube.

domingo, 6 de maio de 2012

Santuário e Colégio Pio XII


Vista aérea do Santuário Nossa Senhora dos Anjos e do antigo Colégio Pio XII. Ao fundo do Santuário, pode-se ver as instalações do Convento da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Um pouco abaixo, o prédio do Antigo Museu (que já não existe mais), e o local onde havia um pomar.

Em seguida aparece o antigo Colégio Pio XII, que tempos depois passou a ser Escola Estadual Professor José Vicente de Mendonça. Hoje, o prédio abriga a Escola CEPI. Na imagem também se pode ver a rua Seráfica, ainda com poucas edificações, e o local onde hoje fica a praça São Francisco de Assis.

Vista aérea recente do Santuário e da praça São Francisco de Assis


Josemar Rodrigues

Josemar Rodrigues da Silva, advogado, nasceu em Itambacuri em 1936.

É bastante conhecido na cidade por sua atuação no exercício do Direito e por sua participação na vida social do município.

Foi vice-prefeito no primeiro mandato de Ataliba José de Magalhães e também vereador.

Fundou o primeiro Ginásio Estadual de Itambacuri e em seguida tornou-se diretor da instituição, cargo depois ocupado por Carlos Biasutti (que no futuro se tornaria o desembargador Luiz Carlos Biasutti).

Josemar é filho de José Rodrigues da Silva e Clemência Lopes da Silva. Segundo ele, seu pai foi diretor do Aprendizado Agrícola Carlos Prates durante 50 anos. É casado com Arilda Melo Rodrigues da Silva e tem um filho: Carlos José Rodrigues da Silva.

Quando Josemar era criança, a mãe adoeceu e precisou ser levada para Belo Horizonte, onde receberia tratamento médico adequado. Ele então ficou sob a responsabilidade da tia Eliza Lopes da Silva, a quem chamava de “Dindinha Eliza”.

Josemar fala da sua criação com bastante orgulho e faz questão de mostrar-se grato pela assistência que lhe foi assegurada por Dindinha Eliza. Na época, eles moravam na Avenida 2 de Agosto, próximo ao local onde hoje fica seu escritório de advocacia. Josemar diz que só saiu da casa da Dindinha Eliza quando casou.

A vida estudantil começou no Grupo Escolar Frei Gaspar de Módica. Sua primeira professora foi dona Conceição. Entrou para o seminário dos capuchinhos no dia 11 de janeiro de 1949 e foi encaminhado para estudar em Santa Teresa, Espírito Santo.

Josemar, José e Clemência
Na época, com opções de estudo escassas, muitos jovens ingressavam em instituições religiosas para receber algum tipo de instrução. O seminário aparecia, assim, como opção viável e de boa qualidade educacional.

Em 1950 a sequência de seus estudos na instituição religiosa implicou em sua transferência de Santa Teresa para Itambacuri. Após dois anos ali, foi deslocado para Taubaté, São Paulo, onde transcorria o período do noviciado da Ordem dos Capuchinhos. Josemar, a esta altura, era conhecido como frei Clemente de Itambacuri.

Naquela época, também faziam parte da turma de noviços José Gregório Marques (o Piúca) e Bá Lopes. Josemar conta que foi contemporâneo de frei Agostinho, Dom Antônio Zuqueto, Chico Garrôcho, Lúcio Neves, Zé Geraldo Guedes e frei Inocêncio (do qual afirma ter presenciado os últimos momentos de vida).

Frei Clemente de Itambacuri
Foi excluído do seminário em outubro de 1957, durante a gestão de frei Henrique. Josemar diz que o motivo alegado foi a crença dos diretores de que ele apenas estaria usando o seminário como local de estudo, sem intenção de dar seqüência à vida religiosa posterior (o que, na verdade, ocorria com muitos outros estudantes). Mesmo assim, Josemar agradece sua formação moral e religiosa ao período em que passou estudando com os capuchinhos.

Logo após sua saída do seminário ele seguiu para Belo Horizonte, onde foi estudar no pré-vestibular do Colégio Champagnat. Ao terminar esta etapa, prestou vestibular e foi aprovado para o curso de Direito da Faculdade Mineira de Direito (PUC Minas), onde se formou em 1962.

No dia da formatura, após o baile realizado no Pampulha Iate Clube (PIC), sofreu um acidente de carro e se machucou bastante. Por este motivo precisou ficar algum tempo internado em Belo Horizonte.

Ao se recuperar, voltou para Itambacuri onde daria início a sua atividade profissional. Na cidade, voltou a morar com Dindinha Eliza, Zé de Eliza e a tia Eugênia (a quem chamava de “Tió”).

Josemar conta que o começo da carreira foi difícil, mas que pôde contar com muitos incentivos por parte de colegas de profissão. Ele agradece principalmente o auxílio dos colegas José Figueiredo, Dr. Tosinho Pinheiro, Dr. Djalma, Mariquinha, além da escrivã Julieta Abu Kamel.


Na imagem acima estão Josemar (à direita) e seu amigo Chico Garrôcho. A foto foi tirada pelo frei Querubim no ano de 1950, no pátio do Seminário.  

Homenagens

Entre outras homenagens em sua carreira, Dr. Josemar Rodrigues recebeu o diploma de reconhecimento da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, subseção de Teófilo Otoni, no dia 28 de outubro de 2011, em evento da Semana do Advogado.
Desembargador Wander Marotta, desembargador Biasutti e Dr. Josemar Rodrigues
Na ocasião em que foi instalada a Vara Criminal, da Infância e da Juventude na Comarca de Itambacuri, Dr. Josemar Rodrigues foi citado no discurso do presidente da 28ª Subseção da OAB – MG, Dr. Geraldo Barbosa do Nascimento. O texto foi uma homenagem aos trabalhos prestados por Dr. Josemar e aos seus esforços para a instalação da Vara Criminal na cidade.

Na mesma cerimônia foi anunciado que a Sala dos Advogados do Fórum de Itambacuri passaria a ser chamada de "Sala dos Advogados Dr. Josemar Rodrigues da Silva".

Suas atividades seguem no escritório da Avenida 2 de  Agosto. De acordo com ele, a maior parte dos trabalhos diz respeito a área criminal e são realizados de forma gratuita. Também integram o escritório os advogados Dr. Cleílton, Dr. Jaquilane e Dra. Juliana. Atualmente, Dr. Josemar é conselheiro da 28ª subseção de Teófilo Otoni.  

Fontes

- Entrevista realizada com o Dr. Josemar Rodrigues em abril de 2012.
- J. PEREIRA, Serafim. Missionários Capuchinhos das antigas Catequeses Indígenas e nas sedes do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Leste de Minas (1840-1997). Cúria Provincial dos Capuchinhos do Rio de Janeiro - 1998. Página 612.