"A história é a filosofia inspirada nos exemplos."
Dionísio de Halicarnasso

sábado, 22 de outubro de 2011

Sebastião Lopes

Sebastião Campos Lopes (Itambacuri - 1935) é um advogado itambacuriense.

Durante sua carreira, recebeu homenagens como a Medalha Desembargador Hélio Costa, pelos serviços prestados à Comarca; o título de Vicentino Benemérito, pelo apoio à Sociedade São Vicente de Paulo; e a Condecoração de Honra do Grande Oriente, oferecida pela Maçonaria.

História

Sebastião Campos Lopes, ou simplesmente Bá Lopes, como é conhecido, é o oitavo filho de uma família de 14 irmãos. Seus pais são Joaquim Lopes da Silva e Rita de Campos Neves.
 
O pai, Joaquim Lopes, foi um importante trabalhador na área da saúde, sendo um dos auxiliares do médico e prefeito Dr. Firmato no tratamento das endemias que acometiam Itambacuri. A mãe, Rita, era cozinheira das mais requisitadas, produzindo encomendas constantes para diversas famílias da cidade.

Estudos

Bá Lopes estudou até o terceiro ano primário no Grupo Escolar Frei Gaspar de Módica, em Itambacuri. Em 1949 mudou-se para Santa Tereza (ES) para seguir os estudos no Seminário Seráfico São Francisco de Assis, onde ficou até o final do ano de 1950. 

Em seguida, voltou a Itambacuri para terminar o ginásio no seminário local. De volta a cidade, Bá Lopes segue nas rotinas de um jovem estudante, com as obrigações e privações comuns aos integrantes do seminário.

Já em 1954, vai para Taubaté (SP) para fazer o noviciado na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Nestes tempos, era chamado de Frei Joaquim de Itambacuri. Concluída mais esta etapa, voltou para a terra natal onde  ingressou no curso de Filosofia, concluindo os estudos em 1957.

Após o curso de Filosofia, Bá Lopes deixou a vida religiosa e mudou-se para Belo Horizonte. Na capital, foi trabalhar em um escritório de representação. Após esta experiência, mudou de emprego, indo para o banco Bradesco. Em 1961 resolve voltar para Itambacuri, onde sua família tinha uma torrefação. Bá Lopes passa então a ajudar na administração dos negócios de família, cuidando do Café Montenegro e da Churrascaria Montenegro.

O Advogado

Na época, havia pouca opção de estudo no interior do estado. Quando foi aberta a primeira faculdade de Direito da região, a Fenord, Bá Lopes foi instado a prestar vestibular. A esta altura, foi grande o incentivo do amigo Frei Agostinho, que deu todo apoio para que ele participasse do concurso.

Bá Lopes temia pela concorrência, pois já estava afastado dos estudos há 17 anos. Como argumento para que fizesse as provas, Frei Agostinho falou sobre a bagagem cultural que se adquire estudando em colégios de formação religiosa, o que daria ao candidato nível mais que suficiente para concorrer no certame.

Sendo assim, prestou o vestibular e foi aprovado para o curso de Direito, comprovando que os estudos da época do seminário realmente fizeram diferença.

No ano de 1970, Sebastião Campos Lopes começa sua jornada para se tornar advogado. Durante a faculdade, o estudante enfrentou percalços. Precisou terminar o curso na cidade de Governador Valadares, onde concluiu os estudos em 1975, já com 40 anos de idade, casado e com família. Diplomado, voltou para Itambacuri e abriu um escritório de advocacia.

Bá Lopes destaca a grande dificuldade que era poder estudar no seu tempo. Vindo de família pobre, a opção entre estudo e trabalho tinha um rumo orientando às satisfações imediatas de qualquer família naquelas condições: era preciso gerar dinheiro para matar a fome, para pagar as contas e seguir adiante. A opção de estudo, para muitos de seu tempo, era mesmo ingressar em Ordem Religiosa e, posteriormente, se fosse o caso, tomar outro caminho.

Homenagens 

Suas realizações vão além do campo pessoal. Profissional respeitado na região, no ano de 2007 Bá Lopes foi condecorado com a medalha Desembargador Hélio Costa. A homenagem é concedida desde 1995 pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG)  a pessoas que prestam relevantes serviços ao Poder Judiciário.

Bá Lopes foi voluntário na Conferência Vicentina de Itambacuri entre os anos de 1980 e 1995, realizando vários serviços nesse período.

Podem-se destacar as atividades administrativas e conseqüentes melhorias durante sua assistência na gestão do Hospital São Vicente de Paulo. Pelos trabalhos, recebeu dos confrades o título de Vicentino Benemérito.

Em 1984 ingressou na Maçonaria, onde foi por duas vezes Venerável Mestre, Orador por três vezes e Secretário por outras três vezes. A sete de julho de 2011, recebeu a condecoração de honra do Grande Oriente de Minas Gerais, em virtude dos seus feitos.

Atualmente, Bá Lopes encontra-se afastado das atividades da Maçonaria, mas é freqüente em seu escritório.

Fontes e Links

- J. PEREIRA, Serafim. Missionários Capuchinhos nas antigas Catequeses Indígenas e nas sedes de Rio de Janeiro, Espírito Santo e Leste de Minas (1840 – 1997). Cúria Provincial dos Capuchinhos do Rio de Janeiro – 1998. Página 623.

- Informações da página da Associação dos Magistrados Mineiros – AMAGIS, disponíveis em:

http://www.amagis.com.br/home/index.php?option=com_content&task=view&id=678&Itemid=127

- Informações do site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais - TJMG, disponíveis em:

http://www.tjmg.jus.br/info/pdf/?uri=/servicos/cerimonial/agraciados_medalha_2007.pdf

- Entrevista realizada com Bá Lopes, no seu escritório, em setembro de 2011.
- Palavras ou expressões com links para textos complementares: Dr. Firmato, endemias, Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, Maçonaria.

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